O Brasil não tomou conhecimento da Espanha na final da Copa das Confederações, neste domingo (30). Com dois gols de Fred e um de Neymar, a seleção brasileira venceu a atual campeã do mundo por 3 a 0. A Espanha teve chance para diminuir em cobrança de pênalti, mas Sérgio Ramos chutou para fora.
A partida entra para a história do Maracanã, que recebeu um excelente público. Nas arquibancadas, o momento político que vive o Brasil se refletia nas manifestações presentes em alguns cartazes. Antes da partida, alguns torcedores abriram dentro do estádio uma faixa com os dizeres “Imediata anulação da privatização do Maracanã”.
A seleção brasileira se consolida como a maior vencedora da Copa das Confederações. São 4 títulos: 1997, 2005, 2009 e 2013. A França foi campeã duas vezes e o México chegou ao lugar mais alto do pódio uma vez.
Resumo
Quem esperava um domínio da posse de bola pela Espanha se surpreendeu com o início da partida. O Brasil chegou ao gol logo no primeiro minuto, quando Hulk cruzou na área e Fred finalizou mesmo caído no chão, mostrando sua ginga de artilheiro. O atacante pulou na arquibancada para comemorar junto com a torcida.
Mesmo em vantagem, a seleção brasileira dominava a partida e chegou a ter 60% de posse de bola aos 10 minutos. E continuava a ameaçar: aos 12, Paulinho roubou uma bola e por pouco não surpreendeu Casillas finalizando por cobertura.
A Espanha criava poucas chances de gol. Aos 19 minutos, Iniesta obrigou Júlio César a fazer boa defesa em um chute rasteiro no canto direito do goleiro.
O Brasil apostava em lances rápidos e os espanhois abusavam de faltas para impedir os avanços. Arbeloa recebeu amarelo ao matar contra-ataque puxado por Neymar e Sérgio Ramos também foi punido em lance mais ríspido com Oscar.
Mas, aos 31 minutos, a zaga espanhola não conseguiu impedir boa jogada de Neymar, que rolou para Fred na cara do gol. O atacante não teve tranquilidade para finalizar e chutou em cima de Casillas.
Embora pouco subisse ao ataque, a Espanha criou sua melhor chance aos 40 minutos. Pedro recebeu em boas condições e chutou no cantinho sem chances para a defesa de Júlio César. Mas o gol foi evitado por David Luiz que tirou a bola praticamente em cima da linha.
O lance poderia ser a senha para que os espanhóis começassem a gostar mais da partida. Mas receberam um balde de água fria aos 44 minutos. Neymar recebeu bola de Oscar e finalizou no ângulo: 2 a 0 para o Brasil.
Segundo tempo
Em desvantagem, o técnico Vicente del Bosque resolveu apostar nas mudanças. Voltou para o segundo tempo com o lateral Azpilicueta no lugar de Arbeloa, que já estava amarelado. O jogador, porém, nem bem pisou no gramado do Maracanã e viu o Brasil ampliar o marcador. Aos 2 minutos da etapa final, Hulk colocou Fred em ótimas condições e o atacante novamente não perdoou: 3 a 0.
O terceiro gol contagiou a torcida que já cantava “o campeão voltou” e gritava “olé” a cada passe da seleção brasileira. Buscando arriscar mais, Vicente del Bosque colocou Jesus Navas no lugar de Juan Mata. E a substituição surtiu efeito. Mal entrou, Jesus Navas sofreu pênalti cometido por Marcelo. Mas o dia era realmente verde amarelo: Sérgio Ramos cobrou para fora, à direita do goleiro Júlio César.
Daí em diante, o jogo parecia controlado. A Espanha passou a ter maior posse de bola, mas não criava lances de perigo e demonstrava certo desânimo. Aos 14 minutos o técnico fez a terceira e última substituição: tirou Fernando Torres e colocou David Villa. A esta altura, Felipão ainda podia fazer todas as três alterações permitidas.
Mesmo ganhando, os atacantes brasileiros pressionavam a saída de bola espanhola. Aos 18 minutos, o Brasil realizou boa jogada com Marcelo que poderia ter passado para Fred na pequena área, mas preferiu finalizar, jogando a bola para fora.
A Espanha demonstrava limitações na hora de concluir a jogada. Aos 21 minutos, Jesus Navas cortou Marcelo, mas chutou por cima do gol. E foi logo na sequência que Pique foi expulso, ao cometer falta em Neymar, quando o atacante iria ficar cara a cara com Casillas.
Com um jogador a mais, a vitória parecia garantida e Felipão resolveu dar chance a Jadson, que ainda não havia participado da Copa das Confederações. O meia entrou no lugar de Hulk.
Aos 34 minutos, foi a vez de Fred sair ovacionado e, em seu lugar, entrou Jô. Em sua primeira participação, o centroavante arrancou pela esquerda e obrigou Casillas a fazer uma boa defesa.
A esta altura, a torcida já comemorava aos gritos de “é campeão”. Ainda houve tempo para que Hernanes substituísse Paulinho. Outro que saiu sob fortes aplausos, evidenciando uma retomada da confiança na seleção brasileira.
O Brasil atuou com Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes) e Oscar; Hulk (Jadson), Neymar e Fred (Jô). Já a Espanha contou com Casillas, Arbeloa (Azpilicueta), Piqué, Sergio Ramos e Alba; Busquets, Xavi e Iniesta; Pedro, Fernando Torres (David Villa) e Mata (Jesus Navas).
Artilharia
Com os dois gols na final, Fred se tornou artilheiro da Copa das Confederações. Com cinco gols, o atacante se igualou ao espanhol Fernando Torres.
Por Léo Rodrigues -| Portal EB