O conclave elegeu nesta quarta-feira (13) o cardeal Jorge Mario Bergoglio, argentino, como novo Papa, sucessor de Bento XVI à frente da Igreja Católica Apostólica Romana.
O nome do eleito pelos 115 cardeais foi anunciado pelo mais velho dos cardeais-diáconos, o francês Jean-Louis Tauran, para fiéis que enfrentavam frio e chuva na Praça de São Pedro, no Vaticano, no início da noite desta quarta.
Bergoglio, de 76 anos, escolheu se chamar Papa Francisco, sem o numeral.
A decisão dos cardeais surpreendeu, pois o argentino, apesar de citado inicialmente, não aparecia nas últimas listas de favoritos, que incluíam o brasileiro Dom Odilo Scherer e o italiano Angelo Scola.
O novo pontífice apareceu na varanda central da Basílica de São Pedro para dar sua primeira bênção ‘Urbi et Orbi’ (para a cidade de Roma e para o Mundo).
Ele foi bastante aplaudido e saudado. Antes, a aparição da “fumaça branca” que, na chaminé da Capela Sistina, indica a eleição do novo pontífice, já havia emocionado os fiéis.
Na breve aparição, falando em italiano com leve sotaque, ele agradeceu ao Papa Emérito Bento XVI e pediu orações para seu pontificado que se inicia.
O Vaticano informou que o Papa Francisco deve fazer uma oração nesta quinta, e depois se encontrar com os cardeais votantes na Capela Sistina.
No domingo, ele celebra a Hora do Angelus, na Praça de São Pedro.
A missa de Inauguração do pontificado ocorre na terça-feira, dia 19.
O novo Papa assume com a função de manter a unidade de uma igreja que, nas palavras de seu próprio antecessor, o agora Papa Emérito Bento XVI, está dividida e imersa em crises.
Perfil
Nascido em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, na Argentina, Jorge Mario Bergoglio formou-se técnico em química, mas escolheu posteriormente o sacerdócio, entrando para o seminário em Villa Devoto. Leia o perfil completo.
Conclave
O conclave, votação secreta que escolhe o novo pontífice, foi convocado após a renúncia de Bento XVI, anunciada em 11 de fevereiro e concretizada em 28 de fevereiro.
Bento XVI saiu alegando que não tinha mais forças para a tarefa de liderar a igreja. Seupontificado foi marcado por várias crises, pelo escândalo do acobertamento da pedofilia e pelo vazamento de documentos secretos no chamado escândalo VatiLeaks.
O conclave ocorreu após dez congregações gerais de cardeais, nas quais os problemas da igreja foram debatidos exaustivamente, em meio a muitas especulações e conversas de bastidores sobre os prováveis papáveis.
A imprensa italiana afirmou que um dos principais temas das congregações foi um dossiê preparado no ano passado, a pedido do hoje Papa Emérito Bento XVI, sobre irregularidades na Cúria Romana. Cardeais estariam pressionando pelo acesso ao documento. Questionados abertamente, o Vaticano e cardeais minimizaram a importância do documento.