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Lavagem do Bonfim tem oito quilômetros de fé, devoção e alegria

A Igreja de Nosso Senhor do Bonfim é um templo católico localizado na Sagrada Colina, na península de Itapagipe, em Salvador. Fotos: Carla Ornelas/GOVBA

Os oito quilômetros que separam a Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, da Basílica Santuário do Senhor do Bonfim, localizada no alto da Colina Sagrada, no bairro do Bonfim, serão percorridos com fé, devoção e alegria nesta quinta-feira (14), durante a Lavagem do Bonfim.

Principal manifestação popular de Salvador, depois do Carnaval, e que mostra a diversidade da cultura baiana em pleno verão da Bahia, a lavagem é o lado profano das festividades em homenagem ao Senhor do Bonfim, sincretizado como Oxalá nas religiões de matriz africana.
Baianas tipicamente trajadas puxam o cortejo, a partir das 8h, carregando jarros com água de cheiro. Durante o trajeto, os participantes, vestidos de branco, cumprem promessas e renovam pedidos de bênçãos e agradecimentos por graças alcançadas. Para muitos, o percurso só termina após a subida da Colina Sagrada e o banho com as águas perfumadas.
 
Receptivo
Por meio da Superintendência de Fomento ao Turismo (Bahiatursa), a Secretaria de Turismo do Estado (Setur) levará à caminhada baianas que farão o receptivo especial aos turistas, além da Orquestra do Maestro Reginaldo, que vai embalar os fiéis católicos e do candomblé, baianos e turistas, ao som de música instrumental.
Um show de músicas religiosas, a partir das 9h, no adro da igreja, antecede a bênção dada na chegada do cortejo, que será acolhido por membros da Devoção do Senhor do Bonfim, por volta das 12h. Após o ritual da lavagem, a imagem peregrina do Senhor do Bonfim fica próxima à porta principal da Basílica para veneração pública até as 18h.
Preparação 
A programação em homenagem ao Senhor do Bonfim, considerado o padroeiro de coração dos baianos, foi aberta no dia 7 (quinta-feira), com o início do novenário (que é interrompido no dia a lavagem), e segue até domingo (17), quando se celebra o Senhor do Bonfim.
O dia festivo tem início às 4h30, com alvorada e repique dos sinos, seguido de missas às 5h, 6h e 7h30. Às 9h tem recitação do Terço da Misericórdia, seguida, às 10h, de missa solene. Às 16h, os fiéis participam da Procissão dos Três Pedidos, com saída da Igreja dos Mares em direção à Colina Sagrada, onde dão três voltas em torno da Basílica, fazendo os três pedidos. A bênção do Santíssimo Sacramento e a queima de fogos de artifício finalizam as homenagens ao santo.
História 
A tradição da lavagem começou com os escravos, quando eles preparavam o templo para o domingo festivo. Mulheres vestidas com seus trajes brancos e de torços na cabeça colhiam água em uma fonte do bairro, que era levada à Colina Sagrada em lombo de burro. Durante o trabalho, cantava-se e dançava-se.
A devoção ao Senhor do Bonfim teve inicio quando, em 1740, o capitão de mar e guerra Theodósio Rodrigues de Faria trouxe de Portugal uma imagem similar e no mesmo tamanho da que existia na cidade de Setúbal. As homenagens acontecem sempre no segundo domingo após o dia 6 de janeiro – data em que a Igreja celebra a Festa de Reis.

Fonte: Ascom/Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur)

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