No dia 11 de março último, deixei a tranquilidade do Rancho do Pai Aquino e fui a Vitória da Conquista acompanhar o nascimento da comunidade ambientalista CERCATLÂNTICA. Idealizada pela Doutora Tânia Barros, seu esposo Dr. Fred Souza Barros, do Instituto Águas Nascentes, de Camacã (sul da BA) e Deusdete Santiago, da Fundação Mundo Lindo, de Barreiras, a nova entidade visa congregar sob um mesmo fórum, os Biomas: Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, dentro do aforismo de que “da união nasce a força” e considerando que os problemas que afetam o ambiente são comuns a todos os territórios, a todas as comunidades e a todos os biomas.
O evento teve lugar no Centro Cultural Camilo de Jesus Lima, onde estiveram presentes, além das entidades citadas, representantes da Fundação Casa dos Carneiros, Grupo Ambiental de Iguaí (Representantes: Alysson Menezes e Paulo Sérgio), Núcleo de Permacultura do Bem, Instituto Mata de Cipó, Rede de Cooperativas Vale do Rio Gavião, Cooperativa de Trabalho da Região Sudoeste da Bahia, Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia, Cooperativa de Produtores da Agricultura Familiar da Serra do Ramalho, além de funcionários do Inema, do Instituto Chico Mendes, da Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia, do Território de Identidade do Sudoeste Baiano e muitas outras pessoas identificadas com a sustentabilidade do planeta.
A Cooperação Cercatlântica irá lançar uma cartilha sobre a problemática ambiental dos três Biomas, para ser divulgada na rede de ensino fundamental e na imprensa, na esperança de conscientizar as comunidades e os governos. Muitos participantes usaram da palavra enaltecendo a iniciativa e animados com a perspectiva de se ombrearem esforços para tentar prevenir mazelas e mitigar o imenso passivo ambiental que se estende pelos três biomas.
Sem nos referirmos aos problemas oestinos, de muito já conhecidos do público, uma questão maior, a revitalização dos rios Colônia e rio do Meio (Itororó), rio Salgado (Ibicaraí) e pequenos afluentes, que juntos vão formar o rio Cachoeira, que abastece a cidade de Itabuna – que, nos últimos anos está sofrendo da falta de água até para o abastecimento humano – o rio Gongogí e seus afluentes (Iguaí) que desagua no rio de Contas, outro rio que vem da caatinga e sofre graves agressões no seu curso. E muitas outras transgressões ambientais que vêm sofrendo os Biomas Mata Atlântica e Caatinga serão o foco das ações da nova entidade.
Ficou agendada a próxima reunião para o dia 17/06/017 (sábado), na sede do Instituto Águas Nascentes, na Fazenda Santa Lúcia, no Km 578 da BR – 101, em frente à Lanchonete Jequitibá, pouco antes do distrito de São José do Panelinha, município de Camacã. Naquela oportunidade será oficializado o Estatuto Social da Cooperação Cercatlântica e determinadas as primeiras ações.
Ao final da assembleia foi plantada um muda de Chichá (Sterculia striata), representando a flora dos três biomas, trazida por este articulista, especialmente para a ocasião.
|Por Jornal Nova Fronteira